Zeh não estava ligando para nenhuma dessas máquinas. O que ele queria ver ainda não tinha avistado em nenhum canto da oficina. Com toda aquela ansiedade de chegar cedo no trabalho, ele esqueceu em casa a chave que estava na caixa do presente. Quando passou os dedos pelos bolsos e percebeu que estavam vazios, colocou a mão aberta no rosto, lamentando.
Não fazia muito tempo, Zeh ouviu do seu quarto a mãe reclamando que havia perdido a chave pela Vila. Depois de alguns minutos, abriu a porta e espiou atrás das cortinas da sala o velho lá fora falando com sua mãe. Pendurado nos dedos em uma das mãos do Bargapo, estava um molho de chaves, na outra, um caderno que era folheado com cuidado página por página. Ficou mais algum tempo olhando, até que o velho apontou com o dedo indicador para uma das folhas do caderno de anotações. Em seguida, a mãe juntou as palmas das mãos e as balançou, feliz por ele ter encontrado. Zeh concluiu que era o velho quem tinha os registros das chaves da Vila, afinal, era o único que trabalhava com ferros por ali. Por que não ser também o único chaveiro?
No dia em que resolveu abrir o presente e ler a mensagem do pai no chaveiro, não demorou muito tempo para lembrar daquele episódio da mãe pedindo ao velho uma nova chave. Ligou o objeto ao fato, só tinha uma saída. Se aquela chave estava na sua caixa de presente, quem a fez foi Bargapo. Só ele poderia saber qual era a utilidade da chave, para qual tipo de fechadura ela foi feita e onde encontrá-la. Parte do plano já tinha sido executada, já estava ali, dentro da oficina. Precisava conquistar a confiança do ferreiro, ou então resolver por conta própria, vasculhando os arquivos em algum lugar do galpão.
Bargapo lhe deu dois rolos de papel, para que ele cortasse, em tamanhos iguais, algumas folhas para serem usadas de rascunho. Era um serviço fácil, para um primeiro dia de trabalho.
- Corte o dois rolos, pode ser deste tamanho. Levante a guilhotina, segure aqui com uma mão, coloque o papel e abaixe com força. Não é difícil.
Entregou na mão do menino um modelo do tamanho de rascunho.
- Preciso lavar o rosto e tomar um café bem quente, quer alguma coisa meu rapaz?
Zeh só balançou a cabeça negativamente.
- Volto em alguns minutos, fique à vontade. Só tome cuidado para não se machucar.
“Fique à vontade”. Ele teria algum tempo para procurar o caderno.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
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6 comentários:
Ihh...será que o Zeh vai ter coragem de vasculhar pela oficinaa?? Ixii...mas poxa joão, desse jeito vc me mata de curiosidade oras, quero saber o que tem de mistério nessa chaveeeeee!! rs
;**
certamente. esse tal de Zeh...é um baita de um safado!
esse muleke vai acabar � fazendo merda!! pqp...
Tou achando q o Zé vai acabar aparecendo na ilha de Lost
Esse Zeh Ninguém eh um FANFARRÃO!
auhauhuahuhauh
fanfarrão eh foda!
abraçossss brother
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